quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Noite dos Mortos-Vivos, de George Romero


Não tinha motivo nenhum para não gostar de filmes de zumbis, afinal de contas o primeiro filme desse gênero que assisti quando moleque foi o excelente trash A Volta dos Mortos-Vivos, de Dan O´Bannon, de 1985, e que muito me impressionou. Aos 10 anos de idade nunca havia visto vísceras e cérebros sendo devorados por criaturas bizarras e com uma exposição tão crua. Os demais filmes de zumbis ficaram pequenos depois desse grande clássico. Nenhum outro me impressionou tanto, o que me fez evitá-los por um bom tempo. Minto: exceto Planeta Terror, de 2007, com o toque de Tarantino. Mas esse filme é outro papo por ter sido feito propositalmente num formato B-movie e exige um outro tipo de olhar.

Esse meu jejum de anos foi quebrado ontem após assistir A Noite dos Mortos-Vivos, de 1968, do mestre George Romero. Obviamente a produção não teve os recursos de efeitos especiais existentes hoje no mundo do cinema, porém não deixou a desejar em nada no que se refere aos principais quesitos presentes nos filmes de terror.

A claustrofobia dos personagens acuados dentro de uma casa isolada num campo e cercada por seres comedores de miolos é a grande sensação causada pelo filme. Os zumbis beiram o ridículo dos defuntos clássicos vestidos de terno e gravata ou de camisola. Com suas caras brancas e com o andar arrastado, os monstros não pareciam oferecer muita resistência a quem se dispunha a enfrentá-los com disposição. Parecia ser muito fácil fazer uma fuga com toda aquela locomoção lenta deles. Mas ainda assim Romero nos convence do pânico se supostamente estivéssemos no lugar dos personagens. E que personagens convivendo sobre pressão dentro da casa! Três mulheres - sendo uma delas louca -, uma menininha que cai doente depois de ter sido ferida por um monstro, um homem que tenta agressivamente levar todos para o sótão, um rapaz com cara de idiota e um homem que passa o tempo todo ateando fogo em objetos para afastar os zumbis e vedando portas e janelas com as madeiras dos móveis que ele freneticamente desmontava. Prego era o que não faltava na casa.

Os atores deixam a desejar, mas isso não reduziu em nada o valor dessa grande obra. Sem contar que as atuações com socos, tapas, pauladas e empurrões desferidos são primárias e cômicas.

Depois de A Noite dos Mortos-Vivos resolvi acrescentar alguns zumbis à minha lista de filmes a serem assistidos que me atraíram pela originalidade do roteiro: Zumbilândia, Dead Snow, REC e Dead Set.

Mestre Romero não tem o poder apenas de ressuscitar mortos mas, através de seu cinema, ressuscitar dentro de alguns, que já se consideravam mortos para os filmes do gênero, uma nova percepção pelo mundo dos zumbis.

Um comentário:

  1. ANTES DE MAIS NADA DEVO FALAR:
    de todos os filmes de zumbis que eu vi, o que mais me interessou foi:
    Diary of the dead. Do G Romero, claro.
    Bom o que falar dos filmes de zumbi:
    1- Romero fez uma especie de trilogia de zumbis, onde essas criaturas surgem lentas e estupidas e terminam rapidas e grotesca-humana no diario dos mortos.

    Outro filme, alem de REC e Diario dos Mortos, que me interessou é extterminio 2(o 1 é mais fraco) onde os zumbis geram um caos em uma cidade de tirar o folego.

    Amo filmes de terror e poderia falar aqui uma lista, mas nao sei se é o caso de fazê-lo!
    beijinhos

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Comentários